segunda-feira, 22 de junho de 2009

Para quem vive de paixões


O roteiro de Gisella, até se transformar em bailarina no Brasil
Por: Vanessa Selicani

O balé ficou impregnado na postura, na fala, nos pés e no último andar de um prédio na avenida Luiz Pequini, em São Bernardo. Gisela Paola Casteli até tentou dar aulas de português para escolas do governo do Estado. Mas possuía daquelas paixões transformadoras, que poucas pessoas na vida têm coragem de se deixar levar. Cinco dias antes do prazo final para se apresentar para a vaga de professora, desistiu e resolveu viver do balé.

E o romance da menina de 20 anos com a dança gerou frutos, semeou sonhos e continua fiel. Mas assumir o casamento com a dança não foi uma tarefa fácil para uma garota pobre vinda da Itália. Gisela chegou ao Brasil ainda com um ano, em um navio cheio de italianos que fugiam da Segunda Guerra Mundial. Se a documentação estivesse correta, a embarcação seguiria para os Estados Unidos e o Brasil teria hoje uma bailarina a menos. Mas alguém lá em cima sabia que faltava um toque de delicadeza deste lado de cá da linha do equador.

Aos 16 anos, Gisela descobriu o balé a algumas quadras de casa, na escola do professor russo Ruslan Gawriljuk. E descobriu também que aquela dança bonita de moças elegantes era acessível apenas para quem tinha dinheiro. Nada que a impedisse de assistir repetidamente as aulas de Ruslan. O professor percebeu os olhinhos azuis que brilhavam no canto da sala e permitiu que a moça frequentasse as aulas sem pagar nada.

Com a oportunidade na mão, Gisela não perdeu tempo. Transformou-se em bailarina profissional e passou a dar aulas também em escolas de São Bernardo e em locais como o Clube da Volks. Desta tarefa colorida de ensinar a dança, a professora já soma 20 anos.
Mas Gisela deixou de dançar em espetáculos há dez anos, quando perdeu os aplausos da primeira fila vindos de sua mãe. “Desde que ela se foi, não consigo subir num palco e saber que ela não estará lá com os primeiros aplausos, me dando o apoio de sempre”, revela, deixando a emoção escapar.

Mas nossa bailarina continua casada com as sapatilhas, que empresta para crianças e adultos que frequentam as aulas em sua escola na avenida Luiz Pequini. Até porque o palco continua a ter o cheiro predileto da professora, e a dança, a ser sua casa.

4 comentários:

  1. Foi um prazer ter conhecido a Tia Gi aprendi muitas coisas com ela,dentre elas o amor pela dança.Um beijo saiba que mora no meu coração,assim como a dança!!!

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  2. Maravilhosa! Minha segunda mãe!!! quanta emoção de reencontrá-la...Foram 14 anos de alegrias e felicidades, pois a Tia Gi nos ensinou amar a Dança de uma forma inesquecível!!!!!Quem Dança é mais Feliz!!!!!
    Agora vamos ver minha filha Verônica desabrochar o amor pela Dança!!!! Beijocas!!!
    Danila.

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  3. meo nome e samara e tenho 13 anos eu ja fis balet a gora quero faser jezz com voce beijoooos

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  4. oi meo nome e samara eu quero muito faser jezz com a alanna!!!!

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